Powered By Blogger

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Que Isadora está chegando :D

Minhas palavras são insuficientes. Palavras que ainda incertas se apressam a conhecer a quem descreverá. Será calma? Ou agitada? Será careca? Talvez cabeluda! Sei pouco, muito pouco sobre ela. Mas sei sobre quem a espera. A esperam duas famílias que há muito não têm bebês. Uma delas, a que conheço melhor, aguarda há anos esse bebê que fosse menino ou menina seria um sopro de vida e novas motivações. Comemorar o natal? É pra Isadora! E na casa onde nunca existiu uma árvore colorida e um presépio, hoje há uma árvore feita especialmente pra ela, provavelmente feita pelas mãos do pai através da arte que veio do oriente, do mesmo lugar de onde virão seus olhos pequenos e talvez seu gosto pelas artes, uma tradição na família.
Será uma princesa com um trono em cada um dos corações ávidos pelo amor de Isadora. Uma princesa que habitará um quarto onde antes havia coisas encaixotadas, coisas sem lugar pra guardar. Agora, por mais importantes que fossem, precisaram ceder espaço. Um lugar lindo a aguarda a qualquer momento.Um momento que será mágico pra todos os chorões que já planejam dormir apertados, na sala, ou até mesmo no chão da cozinha se preciso for pra passar o Natal com ela.
Tomara que chegue antes. Melhor ainda se chegasse no dia 22, de presente pra essa tia boba que não vê a hora de conhecê-la.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Que epifania é epifania

No ímpeto do arremesso, a força e a ira desencadearam sentimentos há muito guardados. A lembrança e evocação de quem se foi e o sentimento acolhedor das memórias da presença da mãe fizeram clamar por paz interior. “Não quero mais nada. Só paz. Quero parar de sentir raiva. Cansei de sentir raiva, e de urrar como um animal enjaulado”.
No pedido, em um canto escuro com os olhos fechados, como em um envólucro, a cabeça pesou e o queixo foi se recostando ao peito, a coluna arredondando e o corpo se envolveu como o de um bebê aninhado no útero. Foram o sufocamento e a angústia de não poder fazer nada para cessar esse sentimento, a epifania pela qual esperava. O útero apertado e o clamor à mãe,ou a qualquer outro que pudesse ajudar foram inúteis. A raiva da impotência ficou toda armazenada e ressurgia a cada vez que o cárcere físico ou comportamental engatilhasse surtos outrora incompreensíveis por causa do dia que queria nascer e não conseguiu.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Que agora eu entendo Vinte e Nove

Na minha infância eu ouvi Xuxa e Menudo, na adolescência, Dominó, Polegar e de repente comecei a gostar da música que minha irmã ouvia. Então ouvi Elis, Cazuza, comecei a prestar atenção às letras e um dia descobri Legião Urbana.
Várias músicas marcaram como aquelas com letras que aprendi na persistência - como esquecer tantas tardes decorando Faroeste Caboclo? Todo fã de Legião tem que saber Faroeste Caboclo! Entre minhas preferidas, Sereníssima, Eduardo e Mônica, Índios e Vinte e Nove. Me lembro que no auge de minha adolescência conturbada e melancólica, a tristeza das letras se aproximava tanto de minha realidade que Vinte e Nove se destacava por ser uma música que gostava mas me parecia distante.
Imaginava um adulto de 29 anos que perdera tudo que conquistou nos anos anteriores. Eu não havia perdido nada. Nos 15 anos em que me protegi do mundo, aquelas perdas não me tocavam tanto quanto o pesar que sentia por Renato Russso. Recordo da tarde quando soubemos da morte dele e como senti falta de novos álbuns...

Hoje, Vinte e Nove é diferente para mim.

“Perdi 20 em 29 amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos”

Hoje, com 30, sei do que Renato falava.

“E 29 anjos me saudaram
E tive 29 amigos outra vez”


Para quem não conhece, a letra na íntegra


Vinte E Nove
Renato Russo

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Que as tralhas se vão, mas as memórias ficam

Por mais que a gente jogue coisas fora nas mudanças ou a cada limpeza nas gavetas, as memórias que elas carregavam ficam (às vezes mais espaçadas, e assim que é bom). De repente no meio do dia uma criança conversando com a mãe na calçada te lembra aquela conversa marcante com sua própria mãe, ou quando falta luz, lembra-se daquela noite em que seu pai ficou brincando com você e seus irmãos porque não dava para assistir ao futebol na TV.
Alguns têm o privilégio de ter essas memórias documentadas em vídeos, mas quem tem tempo e disposição para parar e assistir esses vídeos? Eu conheço alguém que teve. Um jovem jornalista por quem torço muito, parou para assistir parte de sua própria vida e fez esse vídeo cujo link estou postando aqui em homenagem e em apoio a ele. Fiquei muito emocionada vendo seu vídeo e me lembrando de coisas da minha infância.
Parabéns, Lucas!

Assistam ao vídeo

http://www.youtube.com/watch?v=TJBk3nREMsQ

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Que me falta tempo

Sei que demorei demais pra escrever e embora quisesse muito postar um texto novo estou sem tempo hoje, assim como ontem, na semana passada e na retrasada também.

Vou aproveitar pra deixar uma dica de um CD que venho escutando muito: Música de Brinquedo, do Pato Fu. As regravações são ótimas e até eu que não aguentava mais ouvir regravações do Roberto estou apaixonada por "Todos estão Surdos". Nunca tinha visto essa letra com os olhos que vejo hoje em dia. Vai aí um trecho pra quem não conhece:


Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Que não precisa ser menina

Durante o período em que dividi meu quintal com outras famílias ou repúblicas de estudantes, um ilustre morador me visitava todos os dias durante as férias. E se eu me concedesse o luxo de dormir até mais tarde, lá ia ele bater à minha porta ou remexer minha cortina, com um pedaço da janela sempre aberta pra Bebita entrar e sair. Às vezes chamava exaustivamente “Tia, Roberta! Abre a porta pra mim!” E lá ia eu, de pijama, abrir a porta para aquele um metro de altura, com cabelos encaracolados e aloirados, pele morena como de um surfista e grandes olhos verdes. Se divertia inventando brinquedos com tudo que encontrava. Do abajur, tirava a cúpula e as pedrinhas que decoravam o vidro da base, fazia desenhos como um mosaico; das cartas do baralho que um dia descobriu na gaveta, criava jogos que só ele sabia jogar. Passava horas comigo, mas não gostava de assistir desenho. Gostava de desenhar, comentar as figuras e explorar a casa. Um dia, abrindo as gavetas de um porta-jóias, pedi que não mexesse. Ele questionou o porquê e se adiantando, uma amiguinha dele, que também passara a frequentar a casa, explicou: “É porque aí tem brinco. E brinco é coisa de menina.” Ele cruzou os braços e fez um grande bico de descontentamento e sem pensar respondeu: “Também, quando eu crescer, eu vou ser menina!”
Essa semana, me lembrei dele. Deve estar crescido já. E em uma manhã em que preciso encontrar uma saída, suas palavras me fizeram refletir. Com sua espontaneidade e impulso, quis encontrar uma solução óbvia, mas irreal, para chegar aos brincos. Não precisa ser menina, só precisa pensar um pouco mais pra achar outro caminho.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Que quando a gente menos espera...

o telefone toca
a chuva vem
o gato entra com um rato na boca
a internet "cai"
a gasolina aumenta
o salário não...

e de repente a idéia aparece
o papel acaba
ninguém chega
o chuveiro queima
o dinheiro some
um avião cai

mais um pouco e a gente desiste
e a cama quebra
o DVD trava
o filme não acaba
o vento espalha
e o sono não chega

finalmente alguém escuta
a porta se abre
o sinal toca
o pagamento chega
e alguém te ama


E quando eu pensava em encerrar meu blog, vários recados me animam a voltar a escrever com prazer, mesmo com pouco tempo e no final de um longo dia de trabalho.
Obrigada a todos!!!

sábado, 11 de setembro de 2010

Que tem muita coisa que eu compraria

Compraria alguns sábados livres pra poder viajar,
Paciência pra deixar pendurada na porta e recarregar ao chegar em casa do trabalho,
Vitalidade pra fazer exercícios todos os dias,
Pulmões e joelhos novos pra poder correr em vez de andar,
Sono nas tardes preguiçosas de domingo,
Mais serenidade pra lidar com os problemas
E um cadeado pra minha boca grande


Daria de presente pra algumas pessoas um dispositivo que lhes aumentasse a memória
E um gadget tradutor pra entender quando um “sim” é “não” e um “não” é “sim”
Como gostaria que existisse um dispositivo que proporcionasse sentir o que os outros sentem

Acho que assim coisas ruins seriam evitadas...mas já que tudo isso é sonho

Continuo trabalhando e viajo nas férias, reclamo da vida quando acaba a paciência, vou devagar com meu pilates e tenho tentado “dormir os problemas”...só tá difícil controlar essa boca grande!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Que eu recomendo que façam o mesmo!

"Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por própria. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Ninguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário.
Cumpre alto. Sê teu filho."
Ricardo Reis


Junto com a carta havia um bilhetinho de última hora. E foi com essas palavras que iniciei minha viagem no tempo e preparei o coração pras lágrimas que inivitavelmente chegaram. Nela perguntei por pessoas que não encontro mais. Talvez já soubesse que o tempo nos separa.
As esperanças que tinha, se cumpriram quase todas. Acho que só faltou o mestrado (mas no lugar ficou uma especialização) e voltar pra Tupã, que na época eu queria, hoje não quero mais.
Parei de fumar, coisa que na carta não acreditava conseguir. Encontrei amores que passaram e um amor que ficou. O livro que queria escrever virou blog, mas essa foi uma adaptação pra era digital.
Mágoas que pretendia curar passaram com certeza, mas novas mágoas tomaram seu lugar temporariamente. Sempre nos curamos e criamos novas feridas. Nos meus trinta anos, cogitava sinais do tempo na pele. Eles existem com certeza, mas não muitos. Tenho me cuidado pra que o tempo chegue devagar.
Escrevi a carta em um dia dos pais em que meu pai estranhamente não chorou ao telefone. No último domingo foi dia dos pais e ele chorou tanto que quase nem conseguiu falar comigo. Anda sensível esse vovô que se prepara dentro dele.
Meus sonhos de agora são maiores do que os de antes. Sonhava com coisas pequenas de quem inicia a vida. Tinha vinta anos, mas era uma menina na época. Pouco conhecia do mundo e das outras pessoas. Agora tenho mais segurança e não me afeta tanto o que pensam as outras pessoas sobre mim.
O final da carta foi arrebatador; é estranho como alguém que conhecia tão pouco do mundo pode mandar um recado que soa tão maduro e sábio.

“Espero que as coisas estejam bem melhores com você do que estão comigo. Talvez não tenha plantado tudo isso que esperava colher, mas ainda há tempo. Se nada tiver nascido, plante agora. Você terá dez anos de cultivo.”

Minha carta não era pessimista. Era uma motivação pra recomeçar se os primeiros 10 anos tivessem sido de fracasso. Acho que vou escrever a próxima pra daqui a cinco anos. Já nao tenho muito tempo a perder e foi muito motivador ver que mesmo sem me lembrar do que estava escrito, consegui conquistar o que desejava.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O que será que está escrito na carta?

Gosto de remexer o passado. Ele me lembra de coisas importantes e metas que eu tinha e com o tempo se perderam. Não posso me esquecer delas. Esqueço a cada ano novo, que prometi aquela dieta pra voltar à forma de uns 4 anos atrás, a cada final de semana em casa, que tínhamos prometido sair mais, a cada chocolate, que preciso controlar minha ansiedade e assim sigo esquecendo o que quero e lembrando o que me agrada.
Sábado, me sentei na cama e começei a folhear o caderno que ganhei da minha tia Laís quando entrei na faculdade. “Pra você se lembrar de mim enquanto estuda”. Mas ele foi muito mais importante! Nele, muitos rabiscos e muitos textos, na maioria poemas tristes, muitas lágrimas que secaram sobre as folhas sem deixar marcas.
Penso o que fariam dele na ocasião de minha morte. Alguém leria? Não entenderiam muito da letra corrida, mais lenta que o pensamento que queria sair. Teriam pena da minha tristeza daquele tempo? Possivelmente. Eu não tenho. Aprendi muito sobre mim mesma naquela época que sofria longe da família, sem amor, sem muita perspectiva de futuro.
E foi justamente pelo futuro que folheei o tal caderno, presente da tia Laís. Entre suas páginas uma carta datada do dia 13 de agosto de 2000. Envelopada e com o endereço do remetente: Rua Benjamin Constant, 1430, apto 22, Centro, Londrina. Foi naquele quarto de uns dos meus lugares favoritos, Londrina, que escrevi uma carta para ser aberta 10 anos depois. Uma carta que guardei pacientemente sem jamais ter tentado burlar e ler pela transparência do envelope. O que sei é que o papel é amarelo, quase nada mais me lembro.
Sei que muitas das coisas escritas nela não aconteceram (10 anos mudam muita coisa)
e que aquela para quem pensava estar enviando a carta não existe, felizmente, já que seu futuro não seria muito feliz.
Sexta-feira, 13 de agosto (será que existe data mais mal vista em todo o calendário?) abrirei minha carta que desde o último sábado espera por mim ansiosamente ao lado do computador. Eu estou me preparando para escrever outra logo depois de ter lido a primeira. Mais dez anos sonhados, talvez, agora, com um pouco mais de otimismo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Que o começo não vem em primeiro lugar

Como terminou? Por que? Quando?
O fim sempre gera perguntas. Muitas mais que o começo. Ninguém pergunta “Como começou o filme?” Ou “Por que você começou o namoro?” Finais são muito mais importantes que começos. Eles podem salvar ou arruinar um filme, por exemplo. Um filme que começa mal e termina esplendoramente, é ótimo. Já um filme que começa muito bem e termina mal, é um fracasso, pra não dizer coisa pior.
Relacionamentos são a mesma coisa. Se o começo é bom, quando termina (nem vou dizer que termina mal porque seria redundância, porque se estivesse bom não terminaria...concordam?) tudo de bom que aconteceu é encoberto pelas lembranças amargas e pelos sentimentos negativos.
Existe aquela frase que diz que “No final, tudo fica bem. Se não está tudo bem é porque ainda não é o final.” Tudo mentira! E ainda tem gente que acredita e insiste em esperar pelo “Happy End”. Foram as histórias infantis com o seu “felizes para sempre” que criaram isso, e ainda tem adulto que acredita! Como acreditar que é verdade uma teoria presente em histórias onde vovozinhas são salvas de barrigas de lobos famintos e um beijo acorda a princesa, jovem ainda, depois de dormir por 100 anos? Na verdade, contamos essas histórias para que as crianças cresçam com um pouco de esperança de que as coisas podem ser resolvidas, mas nem sempre a solução é algo feliz ou, pelo menos, não pra todo mundo.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Que nem sei o que dizer...

Mais uma vez a Igreja Católica nos dá motivo pra duvidar de seus parâmetros de julgamento. Dessa vez é sobre a ordenação de mulheres; tal fato só me faz perceber que abandoná-la foi a melhor coisa que fiz para minha fé.
De acordo com documento publicado tratando de punições para padres pedófilos, é também citada a ordenação de mulheres como crime grave. Crime grave assim como a pedofilia?!
Será que preciso dizer mais alguma coisa?
Gostaria de saber o que pensam que as mulheres têm de inferior a esses homens tão "confiáveis" que são ordenados!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Que triste é esquecer

Acho que é mal dessa fase - quando a gente não é velho ainda mas tem muitas memórias - esse sentimento de nostalgia. Sinto falta das férias com amigos e os campeonatos de bats em Tupã, das manhãs frias de Londrina nas salas velhas e escuras do CCH e o campus que sempre achei lindo...nele me sentia em casa. Sinto falta dos cafés da tarde com terapia em grupo só pras meninas: Lílian, Suzane, Débora, Camila; das madrugadas fumando na janela e falando baixinho com a Josi pra não acordar os vizinhos ou só pra que eles não ouvissem nossos segredos. Tenho saudade das manhãs em que saía a pé pra pegar ônibus no Shangrilá vendo suas casas imponentes e quando o vento gelado fazia doer atrás da orelha desprotegida pelo cabelo curto. Queria sentir de novo as borboletas no estômago ao encontrar aquela pessoa que tanto queria ver ou ao ouvir sua voz no telefone... sentir a culpa de cometer um pecadozinho de nada.
Tenho sentido falta daquele abraço apertado e reconfortante que só um amigo de verdade pode dar. De receber mensagens carinhosas do Felipe logo depois de deixar minha casa, ouvir “eu te amo” e perceber que você é especial pra alguém que não está com você todo dia, mas sente sua falta. Sinto falta de sofrer, ouvir Cássia Eller e reclamar da vida com o Yuri ou inventar receitas e sentar no chão pra tomar tereré. Lembro com saudade das noites bebendo e treinando o inglês do Paulo ou assistindo com ele às novelas sempre pronta pra fazer uma crítica, de varrer o quintal com o Rogério - pode alguém ter saudade de varrer o quintal? - um quintal enorme com 2 árvores na calçada, daquelas com as folhas pequenas. Ali, varrendo, a gente conversava sobre coisas banais, e fazendo muitas outras coisas banais construí amizades. Nunca fiz nada grandioso nos anos que a vida já me deu; nunca tive um grande momento como ganhar um prêmio, entrar na igreja com uma calda branca se arrastando e duas dúzias de flores nas mãos, nunca fui pro exterior, nunca saltei de paraquedas ou tive um filho. Entretanto, podia passar horas comentando instantes que sempre vou me lembrar: a mesma música que tocava no rádio voltando do Valentino com o Fernando “cause tonight, girl, it’s only you and me” parecia que era pra gente, uma letra triste e dois solitários voltando pra casa; minhas mãos geladas que só o Casé conseguia aquecer, os almoços com a Carla e seus pratos decorados, as quartas Cubanas com a Roberta sempre na mesma mesa do Vale, os cafés da manhã (minha refeição preferida) de domingo, acompanhada e com direito a flor colhida no caminho de volta da padaria, os amigos que socorreram no dia que levei um cano e o Yuri e eu brigamos e eu não queria voltar pra casa.
Muitas dessas coisas parecem tristes, e podem até ser, mas quem foi que disse que o triste não é bonito? Mais triste que viver, seria esquecer. Eu não quero esquecer e também quero que vocês se lembrem!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Que mãe é tudo igual, mas a minha é melhor!

Mães são uma questão contraditória: filhos reclamam que elas são todas iguais, mas na hora de defender, “minha mãe é a melhor mãe do mundo”.
Sinto pelos outros filhos, mas a melhor mãe do mundo é a minha, e vou provar! Compare com sua própria mãe.
Pra começar, exemplo de que mulher precisa ter vaidade, mas sem frescura. Fazer as unhas, usar salto, cortar, pintar, cachear e alisar os cabelos é divertido e bom pra auto-estima, mas precisa lavar a louça mesmo assim!
Apesar de ter fugido (literalmente) da escola - conta que pulava o muro pra matar aula - conhece o mundo nos livros que habitualmente lê. Hoje em dia, muito mais para espiritualizar-se e assim tornou-se uma pessoa muito mais compreensiva do que já era.
Cozinha, como a melhor mãe do mundo deveria fazer, todos os pratos que os filhos gostam. Até compartilha as receitas que reproduzo pra alegria de meus amigos.
Só pra deixar todo mundo com inveja: sua mãe arruma sua cama pra você ir dormir? Quando está frio ela estende as cobertas e repousa sua mão por baixo pra esperar esquentar e sentir se é o suficiente pra que você não passe frio? Eu acho que não! Nenhuma outra mãe faz isso!!!
Outra coisa que a melhor entre todas as mães precisa é ser amorosa. A minha gosta de abraçar, beijar e dizer que ama. Ela se emociona e chora sem vergonha nenhuma.
Me recebe como visita com simplicidade, mas com a atenção que toda visita merece. Sempre deixa o melhor pros filhos: “o bife queimado é meu”; faz sopinha pra quem fica doente, mingau pra quem gosta, outro prato pra quem não gosta da especialidade do dia, improvisa festa junina pra quem chora, cuida dos animais de estimação que a gente inventa de arranjar, dá presente mesmo que com pouco dinheiro, não tem medo do trabalho, dorme tarde e acorda cedo, está sempre alerta!
E hoje é um dia especial, é o dia dela. Pelo menos UM pra ela, já que todos os outros ela dedica a cuidar e pedir pelos filhos. Hoje eu peço por ela: Que tenha muita saúde e disposição pra ser também a melhor avó do mundo!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Que preciso de verdade pra confiar

Pergunta: Você ligou pro encanador?
Resposta: Não consegui falar com ele.
Verdade: Esqueci de ligar.

Pergunta: Onde você foi ontem?
Resposta: Fui no mercado com minha mãe.
Verdade: Saí com uns amigos novos.

Pergunta: Vamos sair pra comemorar o aniversário do Fulano?
Resposta: Não posso. Tenho prova na faculdade.
Verdade: Não vou com a cara do Fulano.

Pergunta: Você tem encontrado a sua ex?
Resposta: Não. Nunca mais vi.
Verdade: A gente se fala pelo MSN. (tem gente que acha que isso não é mentir!)

Pergunta: Quer vir comigo no meu carro?
Resposta: Vou no carro do Beltrano porque ele não sabe o caminho direito.
Verdade: Quero andar no carro novo do Beltrano. Tá muito calor e ele tem ar condicionado.

Pergunta: Terminou o relatório que te pedi?
Resposta: Ainda não porque deu problema no computador.
Verdade: Entrei no Orkut e acabei me entretendo, por isso me atrasei.

Se pudesse lançar uma campanha, seria pela verdade. Explicações também seriam bem-vindas. Não desculpas, explicações razoáveis, mesmo que por motivos subjetivos. Temos capacidade para entender sentimentos alheios. Empatia existe para que as relações sejam melhores, e sólidas. Quando se sabe que há verdade, há confiança.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Qual a maior invenção de todas?

Sempre disse que considerava a invenção do sanitário, ou o sistema de esgoto, a maior invenção de todos os tempos. Parece algo tão pequeno perante tantas invenções como a internet e ônibus espaciais, mas imaginem só o mundo sem ele! Recentemente mudei de opinião mantendo o mesmo foco “imagine o mundo sem ele(a)”.
Agora vejo que muito maior que todas as descobertas das ciências, sejam elas humanas, exatas ou médicas, o fator comum e que as possibilita evoluir e serem novamente estudadas e melhoradas é algo tão básico quanto o ABC. Justamente ele: o alfabeto e a criação da palavra escrita.
Qual invenção permanece por tanto tempo e é responsável por tantas outras invenções senão a palavra escrita? Sem ela não haveria a História, ou haveria, mas uma história pouco confiável sendo passada por bocas de homens que sempre aumentam um ponto em um conto. Sem ela não haveria livros que nos ensinam e entretêm, não haveria a internet, não haveria bibliotecas, como seriam as escolas sem ela? Tudo que conhecemos seria diferente e não se teria chegado ao desenvolvimento intelectual a que se chegou.
Imagino que pessoa ou grupo de pessoas foi responsável pela criação dos signos usados para representar cada fonema, criar formas diferentes e torna-los unificados, ou parcialmente, já que existem línguas que usam de outros símbolos, e qual seria o orgulho deles se soubessem que sua invenção permanece depois de milênios e quantos gênios surgiram desenvolvendo criações peculiares e infindáveis a partir desse cpodigo que tais composições pode transmitir.
Na sequência uma dessas composições de um dos meus autores favoritos:

A Invenção do “O”

de Luís Fernando Veríssimo

Na era da pedra lascada
da língua falada
antes de inventarem a letra
que imitava a lua
as palavras diziam nada
e nada levava a nada
(aliás, nem precisava rua).
A frase ficava estática
de maneira majestática
a grandes falas presumíveis
permaneciam indizíveis
- imagens invisíveis
a distâncias invencíveis.
Vivia-se em cavernas mentais
numa inércia dramática.
Ir e vir, nem pensar
ninguém mudava de lugar
que dirá de sintática.
Aí inventaram o “O”
e foi algo portentoso.
Assombroso, maravilhoso.
Tudo começou a rolar
e a se movimentar.
O Homem ganhou “horizontes”
e palavras viraram pontes
e hoje existe a convicção
que sem a sua invenção
não haveria Civilização.
Um dia, como o raio inaugural
sobre aquela célula no pantanal
que deu vida a tudo,
veio o acento agudo.
E o homem pôde cantar vitória.
E começou a História.
(Depois ficamos retóricos
e até um pouco gongóricos).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Que ele ainda é meu herói

Perceber:uma das habilidades humanas mais difíceis de se desenvolver. E quando digo perceber, englobo qualquer tipo de percepção, desde notar um corte de cabelo novo, até compreender sinais de que vai levar um fora daqueles.
Quando somos crianças, temos uma percepção muito particular das coisas e pessoas. Lembro que quando era pequena, achava meu avô Luiz e meu pai homens muito fortes e altos. Depois que cresci, vi que fiquei quase do tamanho deles e toda aquela fortaleza ficou na lembrança da infância.
Meu pai era como um super herói que atravessava o rio (bem estreitinho, mas naquela época era a maior corredeira que eu havia visto) e me levava em suas costas até o trapiche no meio da represa do clube. Ele sabia nadar e dirigir e era alto e forte; comprava os melhores presentes que alguém poderia querer e que chegavam a qualquer hora do dia num enorme caminhão prateado cheio de surpresas. Sim, os presentes eram surpresas!
Naquele tempo em que percebia o físico, mas não o abstrato, não sabia o que era caráter. Sabia que meu pai gostava de dizer coisas à mesa enquanto comíamos e que às vezes pareciam exageradas e ameaçadoras. Quando proferia as ameaças, que hoje não acredito que fosse capaz de cumprir, com sua cara fechada e coração de manteiga, sei que era seu jeito de ensinar valores, de mostrar que existe uma forma correta pra se fazer as coisas: comprar quando se pode pagar, trabalho e depois diversão, e por aí vai...
Hoje tenho a mesma idade que ele tinha quando nasci e minha vida é muito diferente daquela que ele tinha aos 30 anos em que conquistou muito mais que eu tenho até hoje, mas há algo naquele homem de 30 anos e no de 60 que existe hoje que muito me orgulho de ter conseguido: seguir um caminho de que não me envergonho.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Que clichê não faz mal a ninguém

Todo mundo um dia já disse (ou só pensou, pra não parecer clichê demais) que sua vida é mais difícil que a dos outros, que ninguém o entende ou que gostaria de voltar a ser criança. Vida é clichê! Como em matemática, quando os círculos dos conjuntos se encontram, todos vivemos experiências comuns a nossos semelhantes e compartilhamos de sentimentos universais típicos de cada fase da vida. Os medos, na infância (eu tinha medo do escuro - não que ele tenha desaparecido, mas hoje lido bem com ele com um abajur ou a TV ligada na hora de dormir); na adolescência, a necessidade de identificação com o grupo e o sofrimento daqueles que não se enquadram; na juventude, incertezas e pressão para a escolha profissional; na vida adulta, “trabalho ou casamento?” “filhos ou viagens?” e assim seguimos até o fim da vida.
Mas esse post não é sobre a vida. É sobre uma ótima idéia que, a partir de um clichê: uma briga entre a mãe e o filho pequeno, pode se transformar em uma grande lição de vida (mais clichê rs).
Nessa tarde preguiçosa de feriado, assisti a um filme que precisava comentar: “Onde Vivem os Monstros”. Pela capa ou pelo título (em português, já que em inglês é muito mais interessante: “Where the Wild Things Are”) não me interessaria, mas bons comentários de conhecidos e na TV me fizeram assisti-lo. E me senti como Max, num enorme clichê “essa no filme sou eu!” brigando com seus sentimentos; outros momentos, me senti como Carol e Judith, parei de prestar atenção para comentar símbolos que interpretei e, ao final do filme, senti que, mesmo que tenha interpretado tudo diferente da intenção do diretor, o filme pra mim foi uma oportunidade de reflexão e tentativa de organizar aquele lugarzinho “onde as coisas selvagens estão”.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Qual o limite entre porcaria e cult?

Produzir ou compreender? Qual mais difícil? Depende. Sei que a resposta é genérica e exageradamente usada,mas depende do que se produz. Produzir porcaria é muito fácil. E compreender porcaria? Dificílimo!!! Recordo ter visto alguém certa vez comentando a letra de uma “música” do hall das porcarias populares que jamais poderia ser interpretada: “Vou te pagar/ Essa é a galera do avião/ Se liga agora nessa nova onda/ Sou o pirata...” Mas é avião ou barco? Que m... é essa? E, sim, eu sei parte da letra que para justamente no ponto em que o ridículo chega ao meu limite de aceitação.
Mas e coisa boa, como classificar? Qual o ponto que divide o inteligente do propositalmente sem pé nem cabeça? (tipo Lost que parei de assistir porque não conseguia aceitar certos “fatos” e pelo que me parece virou um problema sem solução pros roteiristas). Às vezes me pergunto se o que é difícil demais pode ser considerado bom também. Na minha humilde opinião de leitora, espectadora e ouvinte, dificultar demais já é meio caminho pro fracasso da obra.
Certa vez minha irmã e eu fomos à locadora e locamos um filme com título simples mas que chamou a atenção: “Cubo”. Anos depois e sem ter entendido muito bem a história numa conversa descobri que um amigo havia assistido também, e inclusive havia assistido à continuação: “Cubo 2”.
Fiquei animada com a possibilidade de assistir ao segundo filme e compreender o primeiro, mas seria necessário assistir ao primeiro novamente para relembrar. Chegando à locadora, perguntei, acreditando que a resposta seria negativa, se o atendente tinha os filmes. Não só tinha, como tinha o “Cubo” e um combo “Cubo 2” e Cubo 0. Imaginem só, a trilogia completa e 2 deles pelo preço de 1! Marcamos uma sessão num sábado à noite. Sessão Cubo para VIPs! E assistimos aos 3 filmes, discutimos, pesquisamos em blogs e fóruns na internet, refletimos, contamos para outros para que assistissem também e nos explicassem os porquês. Talvez o problema fossemos nós, sem preparo pra compreender tão mirabolante enredo. Até hoje não sei qual o significado do “Cubo” que por sinal foi um fracasso de bilheteria!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Que enrolação não é comigo

Tem gente que tem talento pra postergar, achar desculpas e prolongar trabalhos ou qualquer tipo de atividade que lhe seja desagradável. Sou a favor de arrancar o esparadrapo de uma vez!
Não concordo que se o trabalho é chato ou difícil, deva ser deixado por último. Se ele já é chato, imagina quando você estiver cansado? Posso parecer uma nerd chata dizendo isso, mas trabalho é coisa séria, e quando tenho algo pra fazer, abaixo a cabeça e faço até terminar. Tem gente que prefere fazer devagar, parar de vez em quando, mas acredito que se fizer logo, melhor pra mim e pra quem depende do que faço.
Outra coisa que sou contra são os redeios na hora de falar. Quer falar que se magoou com alguma coisa, que não gosta mais de alguém, que bateu o carro, ou o que for, diz logo! A verdade dói menos do que uma mentira encoberta ou uma meia verdade que se transforma num grande desastre quando acaba com a confiança.
Já perdi a confiança em algumas pessoas ao longo desses 30 anos de vida e me perdoem pelo clichê, mas confiança é como casca de ovo: quando quebra, não tem conserto.
Sempre disse que minha inquietude é por ter nascido atrasada. Esperei demais pra sair então já nasci impaciente.
Há alguns anos, especialmente depois de começar a trabalhar, passei a ser um exemplo de grosseria, no trabalho e na vida. Na verdade o que pra mim é praticidade e presteza, pra outros é grosseria. Mas quando se tem 3 ou 4 coisas pra resolver ao mesmo tempo e uma vida pra se cuidar, às vezes a gente esquece de dizer coisas do tipo "minha querida, você poderia, por favor, me mandar aquele documento que te pedi na semana passada?" ah, não dá né!
Sei que já disse num post anterior que existem pessoas que não têm conserto e na verdade acho que existem mesmo, entretanto, parece que não me enquadro nisso. Recentemente ouvi comentários de alguém que conhecia minha fama de "malvada" no trabalho que discordou completamente com o título. Bom pra mim!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Que não quero cultura o tempo todo

Filmes de terror me fascinam. Não terrores violentos com banhos de sangue e tortura. Gosto dos vultos de repente, dos fantasmas, dos sons, de espíritos amargos querendo revanche e por aí vai.Várias vezes já me perguntaram o que ganho com isso. Nunca tive uma boa resposta, mas não me importa muito.
Gosto de sentir o medo de assistir a um filme com a coberta até os ombros e como criança cobrir os olhos com a mão como quando queria ver os filmes com meus pais, mas acabava indo dormir porque tinha medo para continuar. Gosto das emoções da adrenalina. Tem gente que pratica esportes radicais; meu bungee jumping são os filmes à noite com a luz apagada.
"O que há de ganho cultural em um filme de terror?", já me perguntaram. Eu digo, "simplesmente nenhum!" Mas quem disse que alguém tem que absorver cultura o tempo todo? Acho no mínimo muito estranho que alguém não sinta de vez em quando o peso da obrigação pela cultura e se deleite assistindo a um reality show, programa de fofoca ou leia o resumo da novela.
Voltando aos filmes de terror, uma onda recente de nostalgia tem me enchido de vontade de rever Freddy Krueger. Nunca fui muito adepta a cinema. Prefiro ver filmes em casa, mas como seria bom vê-lo gigante na tela, melhor ainda se fosse 3D, mas filme de terror é bom a primeira vez. Acho que não dá pra assustar duas vezes com os mesmos truques.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Que "não há lugar como nosso lar"

O que há de tão especial em casas? Por mais simples que sejam, imprimem nossas experiências e nunca a casa de outros é como a nossa. Nos 2 últimos finais de semana fiz viagens curtas de uma noite apenas, mas como minha casa fez falta! Minha cama, com meus travesseiros e meus cabelos que insistem em cair, meu banheiro com todos os meus cremes que nem sempre uso e sua acústica perfeita pras minhas cantorias dos banhos demorados.
E como pode toda casa ter truques que nem sempre outros conseguem contornar? Como o portão que só abre no tranco ou o chuveiro que tem um pingo gelado no meio. Certa vez recebi um amigo que ficou hospedado alguns dias e perplexo com o chuveiro com tão pouca água. Um dia o chuveiro "explodiu" e lavou-se o banheiro com os jatos indesejados. Foi engraçada a expressão dele saindo do banho pedindo um pano pra secar o chão. Ou também a vez em que deixei minha chave para que uma amiga cuidasse da gata e quando voltei ela me contou que quase não conseguiu entrar e precisou de um cabo de vassoura pra ajudar a abrir o portão.
Ouvindo "Minha Casa", do Zeca Baleiro, há alguns minutos, lembrei-me da casa onde moram meus pais, a casa onde morei desde nascer até os 18 anos e da qual tanto reclamei em não ter me mudado. Depois que saí dela, não parei mais. Já conheço muitas vizinhanças, barulhos que variados tipos de janelas e portões podem fazer e tenho teorias sobre quais os melhores quartos e por onde os ladrões entrariam. Em 12 anos foram 11 lugares diferentes e tenho estado à procura de um novo com mais espaço, afinal, durante a vida acumulamos memórias pelos cantos e tralha dentro dos armários.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Que tem gente que não tem mais o que fazer

Me impressionam certas “descobertas” científicas. Com pode alguém investir tempo e dinheiro em tais bobeiras sem propósito nem retorno para a sociedade? Hoje me deparei com a seguinte manchete: "Ímãs podem tornar pessoa menos careta”. Não contive a curiosidade, abri e li a notícia. De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, há um ponto do cérebro localizado atrás da orelha direita que se estimulado pela carga de um ímã, afeta a capacidade de julgamento moral de uma pessoa.
O que mais me intriga é saber a finalidade da divulgação de tal resultado. Até dá pra entender a curiosidade humana em saber como o ambiente nos afeta e que o corpo predomina sobre a mente e coisa e tal, mas e os motivos por trás disso? E se talvez alguém mal intencionado iniciasse uma onda de extermínio de julgamento moral? Será que não é justamente o oposto de que precisamos? Não é justamente por falhas de julgamento que o mundo chegou ao ponto em que assistir a um telejornal causa náuseas tantas as atrocidades realizadas por elementos comuns que andam nas nossas calçadas e sem nenhum ímã conectado ao brinco ou à haste dos óculos.
Não seria melhor pesquisar alguma forma de acabar com impulsos de violência, desenvolver mais formas de acabar com dependência química ou então o oposto do efeito do ímã? Como se aumentam os parâmetros de julgamento? Talvez mais pessoas com melhor julgamento moral pudessem melhorar o mundo, nem que fosse só um pouquinho.

Para quem quiser ler a notícia sobre a descoberta dos cientistas sem nada melhor pra fazer: http://yahoo.minhavida.com.br/conteudo/11235-Imas-podem-tornar-pessoa-menos-careta-diz-pesquisa.htm

terça-feira, 27 de abril de 2010

Que a memória tem vida própria

Sempre que chega essa época do ano tenho lembranças incontroláveis no fim do dia, no friozinho que é bom de sentir sem proteção, de uma época sofrida que deixou muita saudade. Era sozinha e morava num lugar pequeno que a muito custo, aliás, pouco, já que o dinheiro era escasso, tentava arrumar com cores e faxinas constantes. Tinha minha TV, minha gata, meus livros e meus CDs que ouvia como nunca mais tive oportunidade de desfrutar tão de bem comigo mesma, sonoramente triste e consciente da estranheza que aquele gosto pela solidão continha. Não era solidão dessas que afundam e isolam. Foram momentos só meus que hoje relembro através da pele quando o vento do outono sopra pela minha janela que insisto em manter aberta e em meus trajes , ainda de verão, que minha mãe sempre criticou: “Põe uma calça, menina! Tá frio!” Gostava de aproveitar de estar só pra escrever. Ah, e como escrevia naqueles dias em que sentia com arrepios os arrebates da ira, do cansaço pelo trabalho e a caminhada voltando pra casa decepcionada com a falta de dinheiro pra abastecer o carro parado na garagem. Foi assim, caminhando pra casa pelas ruas escuras encobertas pelas árvores de Maringá que tomei grandes decisões e planejei encher a casa de amigos quando me cansasse de estar só. E foram várias vezes que limpei o chão sujo, e vários cinzeiros quebrados, e copos que precisei repor, e desculpas com os vizinhos pelo barulho, e muitas manhãs de trabalho sonolento que me fizeram perceber que estar acompanhada era tão bom quanto estar sozinha.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Que cada uma delas contribuiu

Houve um tempo que ficar pra titia era o fim do mundo, mas acho que hoje mudou. Eu mesma estou esperando ansiosamente para ser tia, essa função que sempre me pareceu tão mágica. À parte a inspiração óbvia de mães e avós com gostos e dons que herdei como o de cozinhar e o gosto pela leitura, herança de minha mãe, tenho muitas lembranças maravilhosas e influências de minhas tias. Primeiro de minha tia-madrinha Ivone que foi um pouco mãe substituta e avó, que me cuidava porque minha avó já morava em outra cidade e minha mãe precisava sair. A tia que fazia as comidas que eu tinha vontade de comer e comprava feijão andú. Tem também outra irmã do meu pai, tia Helena que tinha a casa mais legal do mundo - parecia a visita à terra da fantasia começando pela ida de trem - povoada por crianças com quem brincávamos e jantávamos sopa com espaguete quebradinho que até hoje de vez em quando imito. Até acordar na casa dela era uma festa!
Agora falando das irmãs da minha mãe, minha tia Lúcia que sempre achei uma mulher muito elegante e de gostos requintados, que morou sozinha na cidade grande e frequentava shows de MPB, me deixou sua marca no gosto pela música e o desejo de conquistar a vida fora de casa. Tia Lusia, a estrela da família que eu vi pela TV, que pintava o cabelo de amarelo, escrevia livro e falava inglês - e que eu ia cuidar quando ficasse velhinha se não tivesse ela tido suas próprias filhas - me inspirou profissionalmente. Até hoje sigo passos dela, inclusive criando um blog rs. Por último, mas não menos importante a tia Laís, a irmãzinha, que realmente era bem novinha quando eu era criança e nem parecia tia, aquela que eu não conseguia chamar de “senhora” como minha mãe pedia pra fazer com adultos. A tia que tinha ainda uma história toda pra nos mostrar: namorado, casamento, filha. Foi a tia que eu acompanhei “crescer”.
Hoje estou eu à espera de ser tia. Me preparando pra ser uma tia bem legal para que um dia meu sobrinho ou sobrinha que ainda é só um sonho possa contar coisas que fizemos juntos.

Que o que parece pior às vezes é melhor

Festa de aniversário de adulto, geralmente organizada pela mãe que quer fazer um agrado para o filho. Até aí tudo bem. Convidados íntimos já que era segunda-feira à noite, salgadinhos, refrigerantes e um bolo "Disseram que é muito bom." Lá fui eu dar um abraço no meu amigo. Aproveitar que esse ano veio passar esse dia aqui em Maringá. Duas quadras antes de chegar, percebi que a rua estava escura, uma senhora corajosa caminhava sozinha pelo meio-fio "Louca, essa aí andando nessa rua escura", pensei. Na quadra seguinte, virando a esquerda para descer até a penúltima rua do bairro olho para baixo e não vejo nada. Um breu daqueles que dá medo. Fui descendo cautelosamente para o caso de algum outro corajoso estar na rua. Cheguei à casa e alguns convidados na calçada, crianças improvisando uma fogueira no meio da rua e pessoas sentadas, inclusive o aniversariante, conversando na varanda. Até aí, tudo normal também.
Reunimos todos na cozinha para cantar parabéns. Um aniversário à luz de velas. Foi um tanto curioso notar que ao final do parabéns quando as luzes normalmente estão apagadas mesmo, ninguém disse "Acende a luz!" Todos já estavam habituados às velas espalhadas pela casa e foram fotos e mais fotos com todos os convidados, a comilança, o bolo realmente bom e... "e agora?" "Vamos sentar lá fora?" "Sim" Foram alguns para a varanda e outros para a sala. Daí então aconteceram coisas que antes não aconteciam, conversas interessantes, conversas entre pessoas antes separadas pela televisão sempre ligada, piadas, e então percebi porque naquele 19 de abril não havia luz naquelas 6 quadras do bairro: para que aquele aniversário fosse diferente dos outros.

domingo, 18 de abril de 2010

Que isso tem jeito de acabar

Já faz tempo qua a igreja católica vem se esforçando para não se adaptar às mudanças do mundo e pelo pouco que entendo de religião, mas aos meus olhos de ex-fiel em religião (sou fiel a Deus) acredito que a auto-destruição é um mal inevitável caso nenhuma medida de prevenção seja tomada para que a reputação dos seus líderes não venha a afundar instituição tão poderosa.
Não aguento mais ver tantas reportagens sobre pedofilia envolvendo padres e nenhuma providência eficaz ser tomada pela igreja. A polícia tem feito o que pode, mas até quando os detentores do poder que tem nas mãos a oportunidade de defender inocentes vão permitir essa sujeira e ainda por cima, deturpar fatos, respingando sua podridão em quem não merece? Sugerir que um padre abusa de uma criança porque é homossexual, não tira sua culpa e ainda persiste na velha e equivocada idéia de que homossexual é pervertido.
Tem pervertido de qualquer sexo e orientação sexual; tem branco, preto, pobre e rico.
O que não tem é mais espaço para omissão e hipocrisia. Até quando a igreja vai proibir que padres possam, como qualquer pessoa, ter uma vida sexual, casar-se, ter filhos e uma vida real? saber como é bom ter alguém ao lado dividindo problemas e ajudando a encontrar soluções, sentir como dói ver um filho sofrer, passar por privações que o povo passa, preocupar-se com contas e tudo mais que uma pessoa "de verdade" faz?
Até quando a igreja vai permitir que devido às condições propícias, às escondidas, desvios de conduta e abusos dessa natureza aconteçam?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Que um dia a conta chega

Tem gente hipócrita que reclama de problemas sociais, de político, de tragédia e esquece de ver o que acontece embaixo do seu próprio nariz. Alguns anos atrás uma campanha contra o uso de drogas mostrava um homem assassinado na frente de seu filho e depois a cena ia voltando até que víamos que quem havia proporcionado a compra da arma pelo bandido era o filho que havia comprado drogas dele. Pode parecer clichê, mas "o mal que você faz volta pra você mais cedo ou mais tarde".
Já sofri muito por discussões com amigos por opiniões adversas, mas se tem uma coisa que muito me orgulha é meu caráter. No meu juízo final não terei vergonha pelo que fiz. Nunca tirei nada de ninguém, não fui desleal, não "passei a perna" em ninguém. Aprendi na noite passada atribulada por ofensas que me ecoavam durante o sono que sou mais que isso, que a mesquinharia de fazer o mal pelo prazer de fazer o mal não cabe a mim. Vou guardar os Buendía e Augusto Matraga na memória que sempre teve espaço pra eles, personagens incríveis e inspiradores que deveriam ser lidos por quem os tirou de mim. Que pelo menos eles lhe servissem de bom exemplo se é disso que precisa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Que a raiva vem da impotência

Eu sinto raiva quando algo que eu precisava não foi feito, quando alguém esquece de dar um recado, quando uma regra que é sabidamente regra não é cumprida, quando não consigo falar com alguém ao telefone, quando NÃO DEVOLVEM ALGO QUE É MEU! quando gente dissimulada mente com carinha de inocente e você sabe que é mentira, quando o motorista da minha frente anda a 30 por hora numa rua estreita, quando cai uma pancada de chuva bem na hora de sair de casa e eu tenho que ir abrir o portão, quando o banco entra em greve e o pagamento atrasa, quando a gasolina sobe, quando o filme que eu queria ver vai começar no horário que eu saio do trabalho e quase dá tempo de assistir, quando os passarinhos comem a ração da minha Sookie e quando a Sookie come a ração da Bebita que duraria tanto tempo se ela não comesse, quando a internet fica mais lenta do que já é, quando chove no dia que eu precisava lavar roupa, quando a conta no mercado fica cada vez mais cara, quando tem uma promoção num mês que não posso comprar nada, e finalmente, quando me dizem que não adianta ficar stressada. Ah, isso sim me dá raiva!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Que, como diria Zélia Duncan, é tão bom não ser divino!

Acordei com essa música na cabeça hoje: "A alegria do pecado às vezes toma conta de mim e é tão bom não ser divino" e me senti aliviada. Quando acordei já passava das 10. Não tenho compromissos às segundas de manhã, mesmo assim geralmente me sinto culpada por tanta gente já estar cansada do trabalho a essas horas.
Recordei os acontecimentos do final de semana e má notícia: ando sendo tomada pela alegria do pecado com muita frequência. Sábado foi a gula, com um jantar que eu mesma preparei, ontem, a ira, contra um vendedor de carro que queria me passar pra trás e hoje, a preguiça...
Qual será o próximo?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Que a vida é imprevisível

No final dos anos 90 me mudei da casa dos meus pais para fazer faculdade em Londrina: primeira surpresa já que não fazia nada sozinha e não vivia sem minha mãe. Acostumei-me com a falta que ela fazia e no ano 2000, mais precisamente no dia 31 de agosto, vi reportagem na TV sobre uma professora que junto com seus alunos escreveram cada um uma carta endereçada a si mesmo para ser aberta exatamante 10 anos mais tarde.
Resolvi escrever uma carta também! Nela escrevi, assim como os alunos na reportagem, como imaginava que minha vida estaria 10 anos depois. O tempo passou e dentro de alguns meses abrirei a carta que honestamente guardei sem nunca ter tentado ler através do envelope, entretanto me lembro de algumas coisas que felizmente eram ruins, mas não se cumpriram. Sei que várias outras coisas serão diferentes do que previ já que quando saí de casa era uma pessoas completamente diferente e introspectiva. Parafraseando Toni Collete em um de meus filmes favoritos: "A Roberta de Tupã não existe mais." Com muito orgulho, digo que abandonei tudo que considerava ruim dela e mantive o que gostava, inclusive a gosto por escrever.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Que a tecnologia está me deixando pra trás

Com a quantidade de informações que nos chega hoje em dia, fico meio perdida e não sei exatamente por onde começar. Leio os e-mails, recados no orkut, notícias online, coisas do trabalho, ou aquele livro que está há anos me esperando na prateleira?
Acho impossível alguém estar atualizado com o acesso rápido à informação que novas formas de tecnologia tem nos proporcionado. É como se chovesse e você tentasse com um balde coletar o que puder. Quase nada cai dentro dele, então você precisa correr pra alcançar outros pontos ou tentar pegar um pouquinho da "água" com outros.
Às vezes me sinto perdida e até percebo que estou envelhecendo quando converso com meus alunos. Alguns nascidos já nos anos 2000, aprendem inglês e ensinam sobre tecnologia. Sentem-se muito à vontade com termos e ferramentas que eu na idade deles imaginava como engenhocas de desenho animado futurista.
Essa semana encontrei durante uma pesquisa um link para um blog meio maluco, mas muito interessante e nele um artigo que falava sobre uma nova ferramenta do google: o Google Crowd. Não me lembro agora se era citada alguma data pra início das atividades, o que me lembro é o susto que levei ao perceber o quanto a tecnologia já tem adquirido autonomia. O Google Crowd, em termos leigos será uma "entidade virtual" que gerará acessos a sites pessoais e comentários em fóruns, baseando-se no censo comum. Será seu seguidor que não tem uma casa e nem precisa de instalação pois percorrerá livremente o invisível que nos conecta. Parece que George Orwell tinha razão: Big Brother is watching you!
Pra quem tiver interesse em saber mais, o link pro blog em que li a notícia:

http://blog.desfavor.com/search/label/desfavor%20bonus

terça-feira, 6 de abril de 2010

Que essa música merece...

Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede
Composição: André Abujamra

O mundo é pequeno pra caramba
Tem alemão, italiano e italiana
O mundo filé milanesa
Tem coreano, japonês e japonesa

O mundo é uma salada russa
Tem nego da Pérsia, tem nego da Prússia
O mundo é uma esfiha de carne
Tem nego do Zâmbia, tem nego do Zaire

O mundo é azul lá de cima
O mundo é vermelho na China
O mundo tá muito gripado
O açúcar é doce, o sal é salgado

O mundo caquinho de vidro
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente

Por que você me trata mal
Se eu te trato bem
Por que você me faz o mal
Se eu só te faço o bem

Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas
Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas

Que felicidade às vezes se confunde com competição

Já teve alguma vez que você se sentiu numa competição de quem é mais feliz? "I'm happy race" Nessa competição não conta só o que você consegue fazer pra satisfação própria. Nela ganha mais pontos quem além de se divertir conseguir causar mais inveja aos outros concorrentes. E vale todo tipo de felicidade: ter mais amigos, ter a namorada mais bonita, o carro mais caro, os eletrônicos de última geração, viagens exóticas, festas, festas, festas...
Sei que pode ter gente lendo e se sentindo ofendida pensando "isso é recado pra mim". Na verdade queria que fosse um recado pra todos. Que não fizéssemos do mundo uma corrida pelo sucesso porque lá no final do caminho não tem um pote de ouro. As coisas boas estão aqui; as coisas boas são as que fazemos junto com nossos amigos e não as que fazemos melhor que eles. No final do nosso caminho vão ficar as memórias. Do que você vai querer se lembrar?

Que deve ter gente achando que copiei a propaganda da TV

Na verdade, me sentia extremamente incomodada toda vez que assistia ao anúncio em que a mocinha chata e irritante repetia essa frase sem parar. Preciso confessar que me sentia incomodada porque sou exatamente assim.
Tenho uma necessidade imensa de me expressar verbalmente seja falando ou escrevendo. Às vezes falo o que não devo e para quem não devo no mesmo tom de voz que segue o agudo (e em alguns casos estranhamente doce) e persuasivo "sabe o que eu tava pensando?"
Ele serve como isca pra atenção e às vezes é só isso que a gente quer. Por exemplo eu, agora, cheia de coisas pra fazer, escrevendo explicação no blog só porque não quero que achem que estou copiando uma chatinha da TV que é trocada por uma loira!

domingo, 4 de abril de 2010

Que família é tudo igual, mas a nossa é sempre melhor.

Já passou algum feriado ou viajou com a família de algum amigo, namorado ou o que seja e se cansou a ponto de querer fugir? Isso acontece comigo às vezes. Todo pai e mãe brigam, disso a gente já sabe, mas ver os pais dos outros brigando é muito chato! Hoje todos os casais estavam naquele clima bem "final de feriado prolongado": cheio de olhar um pra cara do outro e já falando as verdades à mesa. Briga de cunhados à mesa dá vontade de fugir não dá?

Que tem coisa que não tem conserto.

Não tem conserto uma palavra dita, um tapa na cara (literal ou não), mensagens ignoradas, mentiras descobertas, oportunidades negadas...e por aí segue a lista de coisas "erradas" que fazemos. O que mais pesa é o que mais tirou de você: o que mais afastou pessoas que você ama, o que mais atrapalhou suas noites de sono. Tem gente que tem talento pra esquecer e perdoar. Eu não esqueço! Acho importante saber, ou melhor, lembrar, onde pisamos, com quem estamos lidando.
Medir palavras não é comigo e perdão, ah, esse deixa pro seu juízo final! Sigo minha vida errando e perdendo coisas pelo caminho. A primeira que perdi foi uma amiga por me posicionar, na verdade, acho que nem cheguei a escolher um lado: fiquei "em cima do muro", e uma das amigas envolvidas na briga se ofendeu por eu ter ficado do lado da outra. Quando ela me cobrou lealdade, fui logo categórica defender minha opinião - que nem me recordo qual era; talvez nem fosse minha opinião, mas sua petulância e cobrança me fizeram automaticamente tomar partido da outra...perdi uma amiga.
Anos mais tarde, perdi outras coisas: emprego, amor, compras (em brigas com vendedores) e continuarei a perder tudo que me couber perder para defender minhas opiniões.
Tem gente que não tem conserto!